Tenho saudades de acordar contigo a beijar-me o rosto. Depois passávamos horas deitados na cama, a ouvir uma música que como sempre, ambos gostávamos. A música, essa, adequava-se sempre ao momento, fosse ela qual fosse. Qualquer música me soava bem quando estavas ali. Via-mos um filme e depois ias cozinhar qualquer coisa, provavelmente uns douradinhos, enquanto eu te observava tão apaixonada que nem notava no que estava realmente a acontecer. Não era perfeito e mesmo assim eu não consigo habituar-me a estar na cama sem ter o teu rosto para acariciar, sem ter o teu cabelo para remexer vezes sem conta. Eu disse adeus e parece que foi tão fácil para ti seguir em frente. Não te lembras, não sentes a minha falta, não lutas por mim. Já passaram 4 meses desde a última vez que partilhámos esse ‘ninho do amor’ como tu lhe chamavas. Não quero mais ninguém, não há ninguém que eu admita tocar-me e olhar-me da forma que tu o fazias. Falhei em tanta coisa, deixei tanta coisa por fazer e agora ajo como uma cobarde porque não tenho coragem de lutar pela pessoa que amo. Limito-me a escrever, a ouvir as mesmas músicas que ouvíamos quando estávamos juntos á uns meses atrás, a sair á rua e esperar encontrar-te ali. Para quê? Encontro-te e finjo que não me afectas, que te esqueci, que não és nada. Tu sabes que não… Acho que tenho vergonha por nunca te ter dado tudo.

Madame Hollywood